A audição dos OVNIs no Senado brasileiro

Um evento histórico para o fenómeno UAP/UFO, os seus investigadores e o ICER

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30 giugno2022 Paolo Guizzardi

I palazzi del Congresso Nazionale a Brasilial

O complexo do Congresso Nacional em Brasília, onde está localizado o Senado (Do site euamobrasilia.com.br)

É com grande prazer que depois de ter tratado da audiência nos Estados Unidos a 17 de Maio, vou agora falar sobre outra audiência oficial sobre os OVNIs, e estou ainda mais satisfeito por, por uma vez, não ser um evento dos EUA, mas um evento realizado na República Federativa do Brasil.
Trata-se de uma sessão comemorativa do 75º aniversário do Dia Mundial da Ufologia, organizada por iniciativa do Senador Eduardo Girao (Podemos-CE) e de sete outros colegas. E também esta no Brasil é uma audiência que não é exagero chamar histórica, embora o seja de uma forma diferente.
Antes de mais, foi uma audição totalmente aberta, sem sessões confidenciais.
Mas a verdadeira diferença é que esta foi uma audiência em que os oradores não eram figuras institucionais ou altos funcionários do governo, mas investigadores ufológicos. Esta é uma verdadeira estreia, algo absolutamente sem precedentes. Para além dos muitos oradores brasileiros qualificados: Wilson Picler, A. J. Gevaerd, Jackson Luiz Camargo, Rony Vernet, Geraldo Lemos, Thiago Ticchetti, Inajar Kurowski, o Vice-Presidente da ICER (The International Coalition for Extraterrestrial Research) estiveram no pódio o ex-investigador britânico Gary Heseltine e ex-capitão da USAF Robert Salas, que testemunhou um episódio de grande significado: a desactivação de dez mísseis com ogivas nucleares que estavam sob o seu controlo na base da USAF em Maelstrom devido a um OVNI.

Os oradores, juntamente com o Senador Eduardo Girão, promotor da iniciativa

Foto de grupo dos oradores que se revezam no pódio, juntamente com o Senador Girão (Do siteufo.com.br)

Finalmente, é um evento que teve origem na interacção, também totalmente inédita, de uma instituição (o Senado do Brasil na pessoa do Senador Eduardo Girão de Podemos-CE) com uma associação privada de investigação ufológica (o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores nas pessoas de Ademar J. Gevaerd e Thiago Ticchetti).

O Senador Eduardo Girão, promotor da iniciativa
(Frame do streaming Internet)

Um evento cuja historicidade reside precisamente em ter dado voz em um ambiente institucional aos pesquisadores privados do fenômeno ufológico, sinal claro de uma "mudança de marcha" na consideração em que o fenômeno OVNI, e aqueles que o estudam privadamente, são mantidos no nível das instituições. Um evento no qual não apenas a necessidade de levar o fenômeno OVNI a sério em nível institucional foi corretamente reconhecido, mas também os esforços e o compromisso que a comunidade mundial de ufólogos tem investido em mais de setenta anos. Longas décadas nas quais os ufólogos (entendidos como pesquisadores privados do fenômeno OVNI), conscientes da realidade e da importância do fenômeno, foram os únicos a considerar seriamente e estudar, mesmo com os recursos muito modestos à sua disposição, um assunto que todos evitaram cuidadosamente; longos anos nos quais foram escarnecidos, evitados, marginalizados e, na melhor das hipóteses, encarados com piedade.
Não é, portanto, exagero dizer que 24 de junho de 2022 constituiu uma data de importância histórica para o fenômeno OVNI/UAP em geral e para o ICER em particular.
Como representante nacional do ICER na Itália, gostaria, portanto, de expressar minha grande satisfação por este evento histórico, realizado no mesmo dia em que celebramos o 75º aniversário do evento que marca convencionalmente o início da era moderna do fenômeno OVNI, ou seja, o avistamento de Kenneth Arnold, no prestigioso edifício do Senado da República Federal do Brasil.

O plenario do Senado da República Fedetiva do Brasil durante a audiência
(Frame do streaming Internet)

E embora seja verdade que o evento é de importância histórica, é igualmente verdade que não se trata apenas de uma questão de prestígio. É um testemunho concreto da mudança dos tempos. E a participação de Gary Heseltine como Vice-Presidente do ICER, pouco mais de um ano após sua fundação, é um testemunho concreto de que a sociedade civil está começando a fazer ouvir sua voz.

Gary Heseltine, VP da ICER

Gary Heseltine, Vice-Presidente do ICER durante seu discurso
(Frame do streaming Internet)

O ICER de fato quer ser exatamente isso: ser a voz internacional da sociedade civil sobre o fenômeno dos objetos voadores (ou fenômenos aéreos) não identificados, pois um fenômeno de tal magnitude e repleto de enormes repercussões como o dos OVNIs/UAPs deve ser trazido à luz do dia para ser conhecido pela sociedade civil, e esta é uma tarefa que somente a sociedade civil pode realizar, no seu próprio interesse.

Uma imagem que não pode deixar os ufólogos indiferentes...
mas é o Museu Nacional da República, não muito longe do complexo do Senado em Brasília
(Foto de Manoel Almeida sobre Unsplash)

Neste evento inédito, onde os ufólogos puderam se expressar pela primeira vez em um ambiente institucional, conceitos familiares aos pesquisadores mas ainda pouco conhecidos do público em geral ressoaram na câmara do Senado: o acobertamento dos vários governos, o interesse mal disfarçado dos órgãos militares e de inteligência em OVNIs e as interferências desses órgãos, a inteligência inegável por trás das manifestações do fenômeno OVNIs, o interesse igualmente inegável dos OVNIs em ativos nucleares, a hipótese Extraterrestre como a explicação mais provável para o fenômeno, os contatos próximos com o que parecem ser entidades vivas não terrestres, a fenomenologia da abdução, a ligação entre a espiritualidade e a ufologia com ênfase na pluralidade dos mundos habitados. Foram descritos eventos ufológicos importantes, tanto brasileiros como não brasileiros, numerosos documentos governamentais mostrados e experiências pessoais relatadas.
E embora o fenómeno OVNI/UAP continue a ser um mistério quanto às suas causas, origens e significado, a sua realidade e alcance global são um facto concreto e indiscutível, ao mesmo tempo que a possibilidade (que parece ser decididamente concreta, embora não confirmada actualmente) da sua origem extraterrestre, ou em qualquer caso não imputável à espécie Homo Sapiens Sapiens, comporta implicações de enorme alcance para toda a civilização deste planeta. O facto de existir mesmo a possibilidade, por muito teórica que seja, de uma origem extra-humana do fenómeno justifica e ao mesmo tempo exige a atenção dos mais altos órgãos da associação humana.
Bem ciente disto, a ICER aplaude esta iniciativa que ressoa perfeitamente com a sua intenção de levar o fenómeno correcta e abertamente à atenção da opinião pública, bem como dos parlamentos e governos nacionais.

Robert Salas, ex-capitano dell'USAF

O ex-capitão da USAF Robert Salas durante o seu discurso no qual relatou o incidente OVNI a que assistiu enquanto servia como oficial de lançamento na base da USAF em Maelstrom. Quando o veremos testemunhar perante uma Comissão do Congresso dos EUA? (Frame do streaming Internet)

Antes de concluir, gostaria de enfatizar que o evento histórico em Brasília foi possível graças ao inestimável e incansável trabalho do Representante Permanente do ICER para o Brasil, Ademar J. Gevaerd, editor da Revista UFO, a mais importante revista brasileira dedicada ao tema dos OVNIs.

Ademar J. Gevaerd

Ademar Josè Gevaerd, criador e editor da Revista UFO e Representante Nacional do ICER para o Brasil, durante o seu discurso (Frame do streaming Internet)

Finalmente, gostaria de concluir com a esperança de que a audiência histórica em Brasília estabeleça um precedente útil que possa iniciar uma espiral virtuosa destinada a assegurar que cada vez mais países em todo o mundo comecem a levar a sério o fenómeno OVNI a nível institucional e que o trabalho dos ufólogos, entendidos como investigadores privados do fenómeno, nestas longas décadas de "semi-clandestinidade cultural" seja devidamente reconhecido.
E esperemos que isto também aconteça em Itália, onde o CUN - Centro Ufologico Nazionale e o CIFAS têm exortado repetidamente o Parlamento a fazê-lo, mas até agora em vão.

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